sábado, 12 de fevereiro de 2011

Por José Cícero O Último Salto
Um salto.
Mais um e mais outros...
O equilibrista do velho circo
Sem nenhum medo.
Aventurou-se mais uma vez no alto.
Um salto.
Como pássaro a voar no céu.
Cordas carcomidas
Pareciam não mais agüentar
seu corpo.
Disseram que estava bêbado,
o equilibrista.
Um salto.
O último da sua vida.
Embaixo o suspiro do povaréu
Incomodamente sentado
Nas tábuas frágeis dos poleiros.
Depois deste pulo
O acrobata do velho circo
Estatalou-se no chão batido
no pátio da antiga estação.
E quando em meio aos gritos da multidão
Ouviu-se o último gemido do artista.
Quebrara a bacia e o pescoço.
No salto derradeiro que dera
O equilibrista
do velho circo da Aurora
Caíra direto
Nos braços de Deus.

___
JC - In Versos Dispersos/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja Bem-vindo ao nosso Blog Literário