domingo, 10 de abril de 2011

Acerca do massacre dos estudantes do RJ*

A tragédia ocorrida estes dias na escola do Rio de Janeiro onde 12 crianças foram covardemente assassinadas à tiros e outras tantas saíram gravemente feridas é mais uma evidência da verdadeira globalização da miséria e da maldade humana ora a se espalhar como ervas daninhas sobre a face da terra.
Quem sabe uma cópia dantesca das tragédias que vez por outra, acontecem em países ditos desenvolvidos como os Estados Unidos. Loucura, fanatismo, mórbida insensatez imposta aos fracos de humanismo e de espírito pela civilização pós-moderna com seus conflitos. Ou ainda, quem sabe, o doentio desejo dos esquizofrênicos de alcançar o ‘shownalismo’ midiático, isto é, ter seu instante de “fama”; virar notícia pelo mundo. Uma nova e deplorável modalidade de suicídio atrelado ao assassinato em massa de inocentes. Ainda quem sabe tudo isso junto. Não sei ao certo... Apenas sei que beiramos o caos...
Os que por acaso acreditam. E mais que isso: querem sempre provar a autêntica personificação do diabo, creio que neste lamentável episódio de realengo e tantos outros, o “demo” deva está em sua mais autêntica persona em carne, osso e ódio.
O mais triste deste massacre(além da morte destes inocentes, obviamente) é sabermos que esta maldade ocorreu no interior sagrado de uma escola – a sala de aula. Um dos espaços, digamos, dos mais notáveis da sociedade, posto que nele é que reside a esperança de um amanhã renovado e diferente, sob a força imorredoura do saber.
No ambiente da sala de aula é que almejamos encontrar um pouco da possibilidade de (re)construção do novo cidadão, como semente para um futuro melhor de igualdade, fraternidade e tolerância. Na escola depositamos todas as nossas mais ingentes esperanças. De maneira que com esta barbaridade, estamos a assistir diante da nossa passividade a destruição quase total dessa esperançosa sementeira.
É, no mínimo inconcebível, que os governos constituídos em todos os níveis não queiram dá um tratamento de qualidade aos que estudam. Aqueles que, uma vez no ambiente escolar deveriam estar sob a inteira proteção, responsabilidade e os cuidados do Estado. Ora, por que as instituições bancárias, as grandes corporações econômico-financeiras, as grandes empresas e até mesmos os belos palácios onde boa parte dos políticos se escondem devem ser guarnecidas como verdadeiras fortalezas e uma escola Não?
Por que em cada escola deste país, não possa ter pelo menos a figura de um profissional de segurança bem treinado para prestar a devida segurança aos nossos educandos e professores? Por que em todo o resto há todo um aparato de segurança disponível(vigilantes, câmaras de segurança, PMs, detector de metais, etc) e nas escolas Não?
Será que a juventude estudantil brasileira, sobre a qual se impõe a responsabilidade pelo futuro da nação e do planeta, valha tão pouco, do que qualquer dinheiro contido nos caixas eletrônicos e/ou trancafiado nos cofres bancários da ciranda financeira? Não. Não podemos aceitar calados todo este disparate... É preciso que o país comece a repensar seus valores, antes que seja demasiado tarde. É urgente, que os estudantes brasileiros, juntamente como todos os profissionais da educação, bem como os formadores de opinião e a sociedade dita organizada possam levantar sua voz contra este absurdo. Porque o tempo urge... E a nossa cidadania nos clama por isso... As vítimas trucidadas do Rio de Janeiro não podem morrer em vão. Pelo menos isso. Do contrário, quantos brasileirinhos ainda haverão de sacrificados tão covardemente para que a nação possa se aperceber de todo o caos que vivenciamos?! No entanto, digamos que o mais incômodo de tudo é não vermos nenhuma luz no fim do túnel, ou seja, a quase total ausência de qualquer perspectiva que nos aponte uma mudança possível.
Portanto, o recrudescimento deste iminente estágio de barbárie social acabará no levando fatalmente a destruição. Uma vez que os aumentos dos atuais índices de violências só tendem a crescer em escala planetária. Por outro lado, as ações que supostamente estão sendo empregadas pelos governos, além de paliativas, ao que tudo indica, parecem não surtir nenhum efeito prático no que tange a questão das soluções possíveis. O cidadão comum, por sua vez, a cada crime e a cada tragédia se mantém ainda mais anestesiado, como que dormindo no seu carcomido berço esplêndido da indiferença.
No entanto, tais ações precisam ser empreendidas de maneira mais coligadas com sociedade, numa lógica inteligente de integração através numa sistemática que também consiga envolver no seu conjunto outros aspectos essenciais da sociedade: tais como melhores investimentos nos indivíduos por meio dos bons serviços em educação, saúde, emprego e renda, além do desenvolvimento de uma política que prime pela consciência cidadã e espiritual dos entes humanos. Tudo com as atenções voltadas para o combate a desigualdade. De onde não se exclui a verdadeira valorização da pessoa humana, na quilo que ela tem demelhor e como essência - a sua dignidade. O que, diga-se de passagem, neste momento, não se constitue como uma tarefa das mais fáceis.
Por isso mesmo, um grande desafio não apenas para as instituições públicas, mas principalmente, para todos os cidadãos que ainda acreditam numa sociedade possível e, por conseqüência, num mundo melhor para todos. Onde quem sabe, não mais exista a figura do espertalhão-explorador sugando as energias e o trabalho dos oprimidos. Onde o abismo entre ricos, pobres e miseráveis possam ser diminuídos drasticamente no sentido de que os conflitos sejam efetivamente substituídos pelo diálogo. E a partir daí, os povos do mundo possam efetivamente conviver doravante movidos pela harmonia, consciência e paz. Pois, caso contrário, a vida no planeta logo logo se fará insustentável.
(*) José Cícero
Secretário de Cultura
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