domingo, 31 de março de 2013

Um pouco mais de Poesia porque hoje é domingo.



Andorinhas Lavadeiras
Acordo de manhãzinha.
Abro a janela
e rejuvenesço.
Recebo o dia no rosto
em sol de primavera.
Amanheço.
E os meus olhos
se enchem de utopias
em meio as andorinhas.

Renasço de manhãzinha
todos os dias.
Ouvindo os  galos em sinfonia.
A vida se ilumina nos meus olhos
por entre preguiça e quimeras.
Enquanto as andorinhas
banham-se de sol sobre a cancela.
.........................
José Cícero in Minhas Metáforas Prediletas(inédiro/13)
Foto ilustrativa: ww.juraemprosaeverso.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

Velha Vila da Missão Nova*

 Por José Cícero

Impregnado de antigas lembranças, olho agora esta fotografia dos anos oitenta. De como era a boa vida bucólica e bonita  de outrora. Do tempo  em que vivi e passei momentos inesquecíveis da minha infância prenhe de saúde, de bonança e inocência. Naquele lugarejo do oco do mundo onde fui feliz.
Antigos anos aprazíveis e de farturas em que os engenhos de cana se perdiam de vistas em meio ao verdor indescritível  das matas, qual um oceano a se derramar de verde-oliva sobre os imensos canaviais daquela vila pacata, ordeira e hospitaleira.
Natureza viva e preservada em seus ecossistemas. "Levadas" e riachos correndo livre, indefinidamente, como as próprias crianças sertanejas. Pequenos rios, todos fartos de  águas cristalinas pintadas ante o contraste, aqui e acolá, de branco e preto pelas piabas, corrós, carís e traíras. Satisfação brejeira da meninada a se banhar pelada naquelas boas águas a descer das nascentes serranas das bandas das Barreiras
Saudade incontida e, que não se acalma. Daquela vida de felicidade e brincadeiras. Da antiga meninada chupando cana kaiana e p.o.j no corte, no canavial e na bagaceira  da bulandeira. Pulando "bunda canastra" na correnteza mansa das invernadas e nas areias dos terreiros. Além de amanhecer colhendo frutas maduras nos brejos de Seu Osvaldo, Pedro da Cruz, Antonio Argeu, Pedro Saraiva e Seu Joaca. Saudades das rezas e da novenas de maio na igrejinha de Santo Antonio. Das festas do padroeiro, das missas e de todos os domingos de feira...
Vila de Missão Nova. Recordações antigas de um tempo distante, mas que nunca passa... Pretéritos anos que ainda hoje mexem comigo. Sonhos infantis que guardo como um tesouro incrível. Caçuás de lembranças e manga-rosas a perfumar o mundo com o seu cheiro. E que inda hoje, enchem o meu coração de saudades e de reminiscências. 
Momentos idos que há muito levo comigo onde quer que eu ande. Aroma de mel nos ventos catingueiros como que adocicando o mundo. Som de besouros, moendas e cambiteiros em meus ouvidos... Carro-de-boi, tropas de burros, gente do eito, moleques e bichos vivendo, desde então e, para todo o sempre  ao meu lado.
Missão Nova, como de resto,  é uma saudade que nunca morrerá em mim.
Porém, o mais triste é ter que aceitar que a Missão Nova  em que vivi quando criança,  só existe de fato, nas minhas lembranças.
Da antiga Missão Nova que um dia conheci, apenas um punhado de coisas esparsas conseguiu sobeviver ao tacão da modernidade. Posto que todo o resto foi levado para bem longe   pelas ventanias incontroláveis de um fantasma horrendo chamado tempo pós-moderno. 
Da Missão Nova que eu conheci quando criança, quase nada  restou. A vila em que vivi um dia, não existe mais...
Por isso não tenho coragem de visitá-la agora. Com medo de que  a ventania do presente, possa também apagá-la para sempre da memória que tenho congelada, onde a mantenho guardada de um jeito muito particular, amado e intocável.
Velha vila da Missão Nova que tanto amo e que nunca esqueço.
Porque tudo o mais agora é saudade ou solidão
......................
Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo
Aurora - CE.
Foto: Distrito de Missão Nova (Mun. de M. Velha-CE)
In: Nosso Povo, Nossa Gente - Célia Magalhães
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sexta-feira, 22 de março de 2013

Águas incontidas...*

Por José Cícero
Rio Salgado - o rio mais doce do mundo. Aurora-CE.

 Água a quem me entrego...

Olho agora este rio corrente...
Ânsia das águas sobre as minhas mágoas
Ousando também virar mar.
Pressa voraz e incontida da minha vida
querendo o tempo parar.
Águas fluentes.
Hídrica vontade de bichos valentes.
Bonita corrente se derramando em meu olhar.
Águas frias, quentes e dormentes.
lágrimas adolescentes
no semblante do mundo a se derramar.

Olho estas águas fugidias
e me transporto para qualquer lugar.
Sonho outras utopias...
Mulheres  peladas a se banhar.
Rio da minha vida.
Segredo e mistérios que nem sei contar.
Flores de aventuras adolescentes
que rego sempre ao nascer dos dias.
Águas nuas a quem me entrego.
Menino inocente,
nadando contra a corrente
com medo de nunca mais na vida
poder retornar.

Águas, águas e mais águas...
Sede, vontade e desejos.
Correntezas de outros rios
represados no meu peito.
Tantos murmúrios...
E eu, sozinho no seu leito
tremendo de frio
com medo de me afogar.
.....................
Por: José Cícero(DR)
In Minhas Metáforas Prediletas(inédito) 2013
Aurora - CE.
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sexta-feira, 8 de março de 2013

Uma Poesia ao dia internacional da Mulher

Por José Cícero



Apogeu do ato criador de Deus.
Figura exultante,
Fonte exuberante
Do amor maior

que existe no mundo: Mulher!

Semente dos céus
que o altíssimo
num dia de graças,

um tanto inspirado
semeou por entre os seus: Mulher!

Oração cotidiana.
Levita-obreira...
Infinita bondade

tão sem nome.
Joana, Maria, Zefa, Ana: Mulher!

Milagre a se renovar por entre os homens
para o todo e sempre.
Carinho e paz
que nos redime;
Angelicalmente: Mulher.

Luz que ilumina a vida.
Na mais pura retidão que existe.
Mãe da humanidade.
Palavra eternizada
por entre a gente.
Mágica oblação de santa: mulher!

Sensibilidade edificada.
Justiça a que todos enxergam
Puro sentimento...
Na mais pura perfeição
do que é certo.
Oferta compartilhada: Mulher!

Humana criatura.
Beleza rara de toda criação.
Sinônimo de todo amor que existe.
Anjo da plenitude;
Plena louvação dos deuses: Mulher!

Tolerância que pacifica o mundo.
Símbolo de luz.
Puro sentimento

de mancietude...
Farol que a todo guia.
Angelical figura: Mulher!
Força que nos conduz
e nos impõe..
Grandeza da aceitação
do amor como partilha.
Dádiva divina.

Refrigério dos que sofrem
e amam
- mãe eternamente: Mulher!

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José Cícero
In Minhas Metáforas Codianas
Inédito - 2010
Fotos ilustrativas:(da Internet).
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www.seculteaurora.blogsopt.com
Imagem ilustrativa: da Internet( de Otávio Campos)

Um comentário:
blog do cosme disse...
Parabéns! Pelo entusiasmo de revelar sentimentalmente através de sua sensibilidade poética, todo carinho e admiração em ato comemorativo ao Dia Internacional da Mulher: "Pessoa de sexo feminino". Que veio ao mundo para conquistar nós homens e deixar escrito na História mundial suas marcas de coragem, luta, amor, afetividade e companheirismo