sábado, 8 de fevereiro de 2014

Desesperança...*


Perdi a manhã que eu tinha.
E a manhã que acaso  eu acreditava
não era nada do que eu pensava.
Eu sequer sabia.
- A esperança: chama que me queimava
era a única chance que de fato eu tinha
para dá jeito,  forma e substância a minha vida.
Nada mais além daquela manhã
que instintivamente me alegrava,
não mais existe.
E agora e doravante, como me doem os dias.
Manhã de sol que dentro de mim nascia 
a cada manhã  que amanhecia.
Nada mais haverá daquela aurora. 
Nem esperança da felicidade que eu nutria.
Nem sonho. Nem utopia.
Nenhum poesia. Mais nada...
Nada daquilo que eu acreditava.
Águas passadas. Ânsias que se derramam.
Há noite agora em tudo o mais  que resta.
Em tudo que acaso ainda me cabe e me presta.
Reminiscência pela vida afora.
Pedaços de desventuras e desesperanças.
Tudo é escuro e mais nada.
Ando agora sobre pedra 
pelos caminhos escuros da vida.
Como sobre pedra foi toda a minha vida.
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JC-Aurora(inédito-2014)
Imagem: http://2.bp.blogspot.com